Você leitora já teve ou têm alguma ferida na vagina? Se conhece alguém que tenha esse tipo de ferida, ou mesmo para você leitor que tenha uma mulher ao seu lado, leia a seguir para saber o que pode ser feito.
Feridas na vagina aparecer por diversas circunstâncias, que incluem desde lesões provocadas pelo atrito no contato íntimo, alergia a peças de roupas ou absorventes ou até mesmo por uma depilação mal-feita, entretanto, em muitos casos, é possível que uma doença sexualmente transmissível, como herpes genital, sífilis ou cancroide, por exemplo, seja a causadora da lesão.
Em casos mais raros, é possível que a ferida na vagina seja provocada por uma doença auto-imune, como a doença de Behçet ou doença de Crohn, ou, até mesmo por um tipo de câncer genital, por isso, sempre que uma ferida surgir, é importante procurar atendimento do ginecologista, principalmente se esta estiver acompanhada de outros sintomas, como coceira, dor, corrimento ou sangramento (que é o mais comum).
A dependendo da causa, a ferida na vagina pode se manifestar de diferentes formas, que vão desde pequenas bolhas, úlceras ou crostas, e que podem ser localizar internamente na vagina ou pode se estender aos grandes lábios, vulva e períneo. Entretanto, é possível que, ao invés de ferida, surja um enorme caroço na vagina, sendo que a infecção pelo HPV que é uma causa preocupante entre mulheres. Saiba mais sobre as causas e o que fazer em caso de caroço na vagina.
Quais são as causas
As principais causas de ferida na região da vagina incluem:
1. Pancadas e machucados
Uma ferida na vagina ou na região da vulva podem surgir por uso de roupas íntimas apertadas e que causam atrito constante, lesão durante a depilação íntima, assim como por alergias ao material da calcinha ou a produtos do absorvente íntimo. O atrito durante relações sexuais também pode causar ferimentos, em alguns casos.
Também é possível que a ferida na vagina seja causada por alguma coceira tida na região, às vezes durante o sono, devido a sua infecção por candidíase, outras vaginites ou alergias, por exemplo.
Em situações não-graves, a ferida cicatriza-se sozinha após alguns dias, devendo-se preferir o uso de roupas confortáveis e evitando-se o contato com a região afetada (inclusive abster-se-se de contato íntimo até melhorar). Em alguns casos, o ginecologista poderá indicar o uso de alguma pomada para facilitar a cicatrização e evitar infecções, a base de antibióticos, corticoides ou vitaminas.
2. DST – Doença sexualmente transmissível
As infecções de DST são importantes causadoras de ferida na vagina, e as mais comuns incluem:
Herpes genital: é uma infecção causada pelo vírus Herpes simplex, e é adquirida pelo contato com as bolhas ou úlceras do corpo de um parceiro ou parceira. Ela provoca o surgimento de vermelhidão e pequenas bolhas que causam dor, ardência ou coceira.
Sífilis: é causada pela bactéria Treponema pallidum que, na maioria das vezes, é transmitida através do contato íntimo sem uso de preservativo. Geralmente, o estágio inicial surge após 3 semanas da contaminação, comum uma úlcera única e totalmente indolor. Caso não seja tratada, a sífilis pode evoluir para estágios e se tornar muito grave.
Cancro mole: também conhecida por cancroide, é uma infecção causada pela bactéria Haemophilus ducrey, que provoca feridas múltiplas, dolorosas e com secreção purulenta ou sanguinolenta.
Linfogranuloma venéreo: é uma infecção rara para órgãos genitais, causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, e costuma provocar pequenos caroços que se transformam em feridas dolorosas, profundas e acompanhada de muitas ínguas.
Donovanose: também conhecida como granuloma inguinal, é causada pela bactéria Calymmatobacterium granulomatis, e provoca certas lesões iniciais que são nódulos subcutâneos ou pequenos caroços que evoluem para úlceras não dolorosas, que crescem aos poucos e podem provocar grandes danos à região genital.
Além do mais, a infecção pelo HPV, apesar de mais comumente formar alguns caroços, também podem provocar ferimentos em forma de úlcera, por isso também deve ser investigada pelo ginecologista de sua confiança ou da confiança do casal.
É importante saber de que a presença de infecções genitais representa um risco para a infecção pelo HIV, além de serem portas de entrada para a infecção pelo vírus e outros micro-organismos perigosos, por isso, devem ser prevenidas como uso de preservativos e devidamente tratadas, com o ginecologista ou infectologista.
Jonathan Silva