Com certeza um dos assuntos mais falados desde o início da semana foi a relação entre o zika vírus e a microcefalia, ou seja, a má formação do cérebro. A OMS (Organização Mundial da Saúde) emitiu um alerta global sobre zika vírus e reconheceu sua relação com a microcefalia, ainda que não seja necessariamente relação de casualidade.
O nome Zika vem do lugar onde foi descoberto o primeiro caso da doença em macacos, na Floresta Zika, no continente africano em 1947. Um surto entre humanos foi controlado em 1954, desde então casos foram constatados na África e sudeste da Ásia. Em 2007 foram registradas novas epidemias na ilha Yap, Micronésia. Acredita-se que o vírus chegou ao Brasil em 2014, junto com turistas que vieram para a Copa do Mundo de Futebol, desde então casos foram registrados em vários estados, principalmente Norte e Nordeste do país. No Brasil, o Zika vírus encontrou no Aedes aegypti o responsável por sua transmissão. Como você já deve saber, o mosquito é o mesmo que transmite a dengue, a febre amarela e a febre chikungunya.
Os sintomas do Zika vírus são semelhantes aos da dengue. Febre de cerca de 38 graus, dor de cabeça, dores no corpo, diarreia e enjoos. O paciente ainda pode apresentar coceira e erupção cutânea no rosto e no corpo, além de conjuntivite e fotofobia.
Não existe vacina contra o Zika vírus, apenas prevenção combatendo focos do mosquito Aedes aegypti. O tratamento para aliviar sintomas visa a introdução de analgésicos, anti-inflamatórios e antitérmicos livres de ácido acetilsalícico. Especialistas recomendam que um médico deve ser procurado assim que os primeiros sintomas surgirem.
As formas conhecidas atualmente para a prevenção contra a febre Zika são as mesmas da Dengue, isto é, a eliminação do criadouro do mosquito do gênero Aedes – Aedes aegypti, que incluem: destino adequado de lixo, entulho, recicláveis e reutilizáveis para evitar água parada; a limpeza de objetos expostos tais como vasilhames de alimentos de cães e gatos evita a deposição de ovos da fêmea do mosquito; utilizar areia em vasos de plantas impede que se formem películas de água parada; usar filtros nos ralos dos banheiros e quintais; utilizar repelentes e vestuários que protejam os membros inferiores (local preferido pela fêmea do mosquito, por ser ricamente vascularizado); evitar abrir janelas ao amanhecer e ao anoitecer; plantar citronela nos arredores do ambiente; fazer vistoria diária nos locais de possíveis criadouros, para que não se tornem focos; acionar a vigilância ambiental de sua cidade, nos casos de criadouros em lotes vizinhos. Provou-se que o vírus Zika pode ser sexualmente transmitido entre humanos. Ao se considerar que a Zika provoca microcefalia orienta-se a população ao uso de métodos contraceptivos em períodos de epidemia.
Aryã Vassura